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Uma nova economia

Atualizado: 1 de abr. de 2021

Que o crescimento desenfreado já extrapolou todos os limites imagináveis, já estamos cientes e não é de hoje. Mas será que existe algum contraponto certeiro, eficaz, capaz de trazer uma solução plausível para todos os agentes envolvidos? A pesquisadora britânica Kate Raworth, da universidade de Oxford acredita que sim. E nós também!


Ela é autora do livro Doughnut Economics: 7 ways to think like a 21st Century Economist (A economia da “rosquinha”, 7 maneiras de pensar como um economista do século 21, em tradução livre). Nele, Kate apresenta de maneira extremamente simples (mas nem por isso simplista) uma nova maneira de encarar os maiores desafios deste século e coloca nessa equação, questões humanas e sociais fazendo parte do jogo com relevância ímpar.


Para se contrapor a modelos econômicos extrativistas que priorizam o “crescimento a qualquer custo” e fazendo as perguntas certas como: “Crescimento para quê?”; “Crescimento para quem?”; “Crescimento a que custo para as pessoas e para o planeta”, a pesquisadora chegou a um diagrama que se assemelha a um donut, daí o nome de “Economia da Rosquinha”.


No diagrama, ela mostra um centro da rosquinha vazio, onde nenhum ser humano deve ficar. No entorno, as necessidades básicas como água, comida, saúde, moradia, trabalho e renda. A parte mais suculenta e gostosa do donut é uma área que Kate considera como “segura e justa” para a humanidade. E em cima disso tudo, um “Teto ecológico”, com limites impostos pelos recursos do planeta. A ideia então é não permitir que nenhum ser humano caia no vazio do donut e que ele se desloque para a área segura passando pelas suas necessidades básicas e sendo limitado pela própria Terra, que é nossa casa que tudo nos dá.



Kate Raworth nos lembra que “os efeitos da desigualdade social não estão confinados aos pobres. A desigualdade prejudica o tecido social de toda a sociedade”. Ao mesmo tempo, nos convida a refletir: ”Se a meta da humanidade no século XXI é entrar no Donut, que mentalidade econômica nos dará a melhor chance de chegar lá?”.


Certamente que a resposta a essa pergunta passa pelo tripé da sustentabilidade (economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto) e pela valorização da humanidade como um todo. É mais do que necessário, é iminente a mudança radical de conceito da nossa economia atual, que é degenerativa, para a adoção de um conceito novo. Esta é a nova economia, uma economia distributiva e regenerativa que “tende a dispersar e fazer circular o valor na medida que este é criado”.


Todos nós temos a nossa parcela de responsabilidade nessa mudança. Como indivíduos e cidadãos. Particularmente, a Kate fala das empresas como sendo espaços inovadores, onde se misturam materiais, tecnologia e colaboradores para devolver ao mercado produtos e serviços revolucionários mas também para promover um ambiente de dignidade, autonomia, saúde e bem-estar para seus funcionários. E avisa: é preciso dar a elas (as empresas), um propósito.


A Economia Donut já está sendo aplicada na cidade de Amsterdã, conhecida pelo seu pioneirismo.


Por aqui, sorrimos e respiramos fundo: é motivador saber que estamos trilhando nosso caminho verdadeiro e que nele encontramos pensamentos e atitudes como os da Kate. Vamos em frente!

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