O ato criativo é, há milenares conclusões, composto das duas energias: Masculina e Feminina, quando integradas.
O mês da mulher convida a refletir sobre a importância da energia feminina, o que a falta dela, por opressão de um patriarcado, trouxe como consequência e o que um reequilíbrio pode proporcionar à humanidade e ao planeta.
Mas o que é essa tal energia feminina? E por que ela é tão relevante?
O Yang (masculino) está no fazer, no que é externo, visível e, portanto, mais facilmente perceptível.
A energia YIN (feminino) está no ser, estar, sustentar, sentir. Ela tem seu potencial no oculto, no interno. Uma sutileza, que exige sensibilidade para ser notada, mas tão imprescindível para se criar quanto o glorioso e reconhecido YANG.
Um exemplo clássico para entendermos essa dinâmica é um bolo. Logo associamos fazer o bolo a acrescentar ingredientes e bater sua massa. No entanto, não há bolo que não precise passar pelo forno escuro, quieto e estável em seu calor para um resultado apetitoso.
Esse “não fazer”, essa habilidade de lidar com o tempo certo, essa espera ativa é repleta de qualidades femininas, como a fé na obra, a sensibilidade sutil de perceber a hora de abrir o forno, um diálogo da escuta do fogo, que alimentam as mulheres ancestrais, antes que a tecnologia mudasse o script.
Ser criativo é, portanto, um convite frequente a escutar a intuição, as pessoas, a natureza e, pacientemente, deixar que o botão de rosa se abra, porque chacoalhar a flor não parece ser grande ideia.
Que possamos integrar com dignidade essa energia imprescindível em nossos processos criativos, devolver dignidade ao que não carrega glamour, mas que sustenta a vida. A vida criativa, a vida humana e a vida na Terra.
Patrícia Napolitano
Comunicóloga, especializada em Administração de Empresas, Facilitadora de Expressão de Potenciais com Psicossíntese e professora da Escola Humana de Vida e Negócios.
@patricia.criatividade
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