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Dia da Mulher ou mês da Mulher?

Que bom que o dia internacional da mulher já pode se espalhar no “mês da mulher”.

Primeiro, porque nos dá mais prazo para trabalhar, porque mulher tem mesmo muita coisa diferente pra resolver. Depois, porque, abrir o tempo do Dia para o Mês é, na verdade, a coisa mais feminina que a gente poderia fazer. Afinal, ser mulher é algo que cabe bem melhor no ciclo do mês, já que ela é um ser cíclico por natureza, no qual diferentes habilidades se manifestam em potencial.

Pode parecer óbvio, mas vou falar mesmo assim: Trabalhar com mulher é diferente de trabalhar com homem. Mulher é de fases. Mas essa, que seria uma característica vista de modo negativo, associado à instabilidade e falta de produtividade, se a gente não parar pra pensar, pode se revelar um excelente recurso, aliás, vários, para as dinâmicas de trabalho, se a gente aproveitar o mês da mulher para olhar, de fato, para o que é real em ser mulher.

Estar em um corpo de Mulher é uma condição bastante interessante para quem já sacou que diversidade é riqueza e não um jeito de integrar os coitados que estavam de fora do jogo até então. Uma mulher, no fluxo da sua jornada hormonal, passa por transformações ao longo do mês, que a coloca em estados diferentes em todos os níveis (corpo, emoção e mente), o que significa que o seu projeto será revisado por muitas mulheres diferentes que vêm no combo daquela uma que você eventualmente contratou.


O que grande parte das mulheres não se deu conta ainda, é do enorme potencial que cada fase específica do ciclo feminino representa Quatro pacotes de recursos especiais dos quais elas podem se servir para desenvolver seus trabalhos.


  • A disposição para estar nas relações, abrir novos contatos na fase pré ovulatória;

  • A abertura para conceber os contratos, selar parcerias na fase ovulatória;

  • A habilidade de priorizar, filtrar e se desfazer de temas irrelevantes na fase pré menstrual e

  • O dom de visualizar e planejar durante a menstruação,

são apenas alguns exemplos comuns de como as mulheres podem colocar suas características a serviço de seus objetivos.

Ninguém disse que ser mulher é algo pouco complexo, mas vale muito a pena investir nessa análise, já que ela pode impactar tanto qualidade de trabalhos entregues como o bem estar desse respeitável grupo, que, é bom lembrar, representa mais da metade da população mundial.

Será que as mulheres da sua equipe tem consciência disso? Ou será que elas passam por cima de sua própria natureza para atender as expectativas de desempenharem linearmente, como seus colegas homens, sem mesmo se darem conta do desperdício para si mesmas e para as equipes?

É importante considerar, que cada mulher é um ser único, com suas próprias preferências e tendências, mas vamos esboçar um exemplo comum, de como a consciência sobre a ciclicidade feminina se desdobraria na prática.

Sabe aquele planejamento, que estava estacionado? E aquela apresentação pro cliente, que não precisava de três pessoas para acompanhar? A gente acaba vendo o copo meio vazio e colocando o olhar crítico para a cara de cólica que a mulher menstruada levou para a mesa na reunião do cliente. Mas talvez a gente pudesse ter olhado para a criatividade que essa mesma mulher, nesse mesmo período, poderia ter agregado ao planejamento, desde o conforto de sua casa, enquanto as outras duas colegas tocavam a reunião com o cliente.

Uma mulher ovulando, por exemplo, estaria ,provavelmente, muito melhor alocada, liderando uma reunião de status de projeto, treinando vendas, motivando a equipe, ouvindo e acompanhando status de desempenho das atividades em contato com as pessoas, do que trancada em casa, lapidando planilhas ou fazendo revisão de conteúdo, por exemplo.

Será que falar de ciclo menstrual dentro de um contexto de Gestão de Projetos vai ser para sempre aquele tema tabu, porque é mais prático considerar que todos somos iguais para não deixar ninguém desconfortável? Mas isso não seria mais como fazer de conta que a gente é igual, sabendo que é diferente?

E se a gente se libertar do vício de comparação, aquele que fica sempre perguntando “já que é diferente, então qual é melhor? Aí talvez a gente tenha uma chance boa de vencer preconceitos e se servir do que está aí, potencialmente positivo e abundante para o nosso time, para o nosso objetivo, para o nosso propósito. E não pense você que estou falando sobre preconceito contra a mulher em si. Eu estou falando sobre preconceito sobre a menstruação mesmo. Sobre a sexualidade por detrás do gênero. Coisa que assusta, dá vergonha, deixa sem graça…

Mas, convenhamos, nós não estamos mais na primeira aula de ciências, descobrindo de onde vem os bebês, não é? A partir de onde estamos hoje, adultos, influenciadores e líderes, podemos fazer o grande serviço de olhar, não só com mais seriedade e respeito para a mulher em sua natureza cíclica menstrual, mas também investigar e oferecer espaços para que se revele das mulheres a verdadeira beleza e o poder de quem trabalha de um ponto de partida, no qual é possível ser quem se é.



Patricia Napolitano

Comunicóloga, Especializada em Administração de Empresas

Focalizadora de Processos Criativos Pessoais e Grupais através da Psicossíntese.

Atelierista de Voz, Cantora e Doula da Expressão Artística. Professora da Escola Humana de Vida e Negócios.



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